Fazedor de milagres

O politicamente correto nos ensina que a mulher é bela pelo que ela tem por dentro, não por ser bela por fora. É a conhecida beleza interior. Apesar de tudo, é mais fácil apreciar o que ela tem a nos mostrar no campo visível do que perceber aquilo que ela carrega de mais importante: sua identidade cultural. Por mais que ela seja linda e inteligente, a nós é mais difícil perceber a inteligência, pois o que mais chama a atenção é a parte mais simples.

Falo isso para falar de algo que vai muito mais além. É possível perceber em várias passagens da Bíblia que Jesus, após realizar milagres, curas, libertações, pede insistentemente (e os autores reforçam a insistência de Cristo) que não contem aquilo que Ele acabara de fazer. Os autores também reforçam o fato de que ninguém obedece a esse pedido de Jesus. Muitas pessoas se questionam: Se Ele veio para anunciar o seu Pai, por que querer tanto que não falem por aí o que fez? Quem sou eu para responder?

Cristo veio somente para nos amar. Nada mais. Já diria um Santo da Igreja: Sua vida é medida por quanto você amou. Nada mais. Essa foi a função de Jesus em nosso meio. Ele nos amou até a morte, nos amou pela morte. Ele era capaz de fazer qualquer coisa para não ver seu filho sofrer. Verdadeiramente se compadecia e essa compaixão O levava a fazer milagres, a ressuscitar mortos, a curar aleijados. Mas Ele também amava no pouco, como amou a Zaqueu, quando somente pediu que esse se aproximasse dAquele. Esse pequeno ato fez Zaqueu perceber que Jesus o amava, mesmo sabendo tudo.

Jesus fez inúmeros milagres e isso chamava a atenção. As pessoas só percebiam o visível: aquele homem é capaz de realizar coisas sobrenaturais. Conseguir ver que o motivo de tudo aquilo era o Seu Amor pela humanidade não era fácil. Por isso, Cristo pedia tanto pelo silêncio. Não queria ser visto como um fazedor de milagres. Seu amor deveria prevalecer sobre todas as gigantescas maravilhas que Ele realizou na vida de muitos homens. O que deveria ficar sobre a vida de Cristo era o amor. Os milagres, as curas e as libertações que Ele fez não são nada. Sua morte de Cruz vai muito além disso. É ela que nos faz perceber verdadeiramente o que Cristo quer fazer em nossa vida e o que Ele PEDE de nossa vida: amor. Aquele amor muitas vezes invisível, aquele amor que reza baixinho por alguém e aquela pessoa nunca sabe disso, aquele amor que doa a vida nos pequenos atos pelo outro, mas que não é visto. Mas é esse amor que salva...

... E o menos perceptível. Ninguém se preocupa com esse amor. Preferem o visível, "palpável". Aquele de palavras bonitas, de cartas doces como o mel, que leva nossos olhos a encher-se d'água, mas que não condiz com os atos. Amor é falar bonito. Amor é fazer loucuras, coisas grandiosas, filmagens, produção hollywoodiana. Somente para dizer "eu te amo"... e esquecer-se de amar.

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