Diálogo de uma pessoa só

Quem diria? Mais do mesmo? Durante um ano, três meses e alguns dias, esperei por aquela que Deus dizia "Espere". Em nenhum momento, entretanto, Ele disse quem seria, quando seria. Não disse nem SE chegaria tal dia. Somente pediu para que esperasse. Obedeci, não tão pacientemente quanto pode parecer. Briguei com Ele, gritei que iria desistir, que de nada valeu meu esforço, resolvi voltar a tudo que vivi antes, desisti de desistir. Senti-me impaciente, desesperado, louco. Como é que alguém resolve esperar porque simplesmente pediram, sem ao menos dizer um motivo?

Então, o fim está próximo, segundo Papai do Céu. O tempo passa, as dificuldades aumentam e nada acontece. Que fim é esse, pelo Teu amor? O velho tenta sufocar o novo, não se sabe mais para onde ir. Tu não havias prometido o fim? Onde está a linha de chegada? "Ah, meu filho, não é uma linha de chegada. É um caminho, que tu tens de trilhar. O fim a que me referi era o final de teu caminho trilhado por você e por mim. Agora, seremos tu, eu e ELA. Espera com paciência. Não disse que estava chegando a hora?" Era tudo tão difícil, cansativo. Joguei o ultimato: você me quer perto de Ti? Eu lutei por um ano e três meses e não quero mais lutar. Vou tentar voltar ao meu passado. Você me quer? Não deixe! Se você permitir, é sinal de que eu tenho de lutar sozinho em nossa amizade e não quero um amigo assim.

Tal frase foi dita com a ciência de que Ele não pode mudar nossas vontades. Se eu quisesse, haveria de ser concretizado. Mas Ele é meu amigo e assim o provou. Lágrimas de reconciliação brotaram. Eu não queria ter brigado contigo assim. Desculpa. Esperarei o tempo. Mas abra uma brecha naquele muro de concreto, é tudo tão difícil. Não é que Ele abriu? Ínfima, mas que diz: "Espera. Maria também precisa de tempo."

Tentei abrir um espaço maior, não foi possível. Depois, veio-me o óbvio: você nunca vai abrir com suas mãos o que não é seu. Comecei, então, a gritar para que ela me ouvisse:

- Não dá para eu passar! Abre mais!

Ela não me ouvia. Fiquei a pensar como haveria de entrar sem espaço. Parei em frente àquela brecha e comecei a falar pouco, simples e baixo. Em outras vezes, ficava apenas calado. Ela vai saber que estou aqui; vai saber que esperarei o tempo necessário para entrar. O inacreditável aconteceu: Maria começou a responder.

- Desista. Você não vai esperar tanto tempo. Você vai sofrer, vai cansar, não vale a pena.
- Não, não vou desistir.
- Não tenha tanta certeza disso.
- Tenho, sim.
- Como?
- Eu tenho a maior de todas as certezas.
- Como assim?
- Eu tenho uma resposta que me fará esperar o tempo necessário.
- Resposta?
- Sim. Tenha calma. Pode parecer tudo tão igual pra você, mas é tudo tão diferente pra mim. Quase como se fosse a primeira vez.
- Mas qual é a resposta?
- Você é a minha resposta.

Nesse momento, seu coração não conseguiu entender.

- Eu sou sua resposta?
- Sim.
- Como assim?
- Você é a resposta que Deus me deu.

Então, o silêncio voltou ao seu coração. Aquilo era realmente diferente.

3 comentários:

André Palhano disse...

então o filme tá marcado pra hoje de noite, né? hehehe!!

Suzane Borba disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Suzane Borba disse...

Imagino o coração da menina desparando quando você disse qual era a sua "resposta"... kkkkk

obs: seu blog não gosta de mim, quando vou postar um comentário, ele engole as últimas palavras Oo