O poder da sinceridade

No Brasil, infelizmente, a expressão "Eu te amo" não tem o mesmo impacto que em outros locais. O motivo disso, obviamente, é o valor que é dada à expressão. Nos EUA, percebe-se pelos seriados o peso que um "Eu te amo" tem na vida da outra pessoa. Leva-se tempo, cria-se uma situação, a ansiedade aumenta, apenas para dizê-la. Já aqui, uma semana, um dia, uma hora. É dita de qualquer forma, para qualquer um. Por isso, poucas pessoas tentam perceber o que ela significa.

Porém, não é do amor que venho falar (acreditem! deve ser o primeiro post que não falo disso), mas do perdão. Por que eu falei de amor? Entenderão agora: felizmente, apesar do amor ser algo tão banal, o "me desculpe", "me perdoe" não é. Talvez alguém diga que um não é tão importante quanto o outro. Deixemos isso para alguns momentos; vamos antes falar do perdão. Perceba o quanto essa palavra mantém, em sua essência, a pureza que sempre lhe foi peculiar e o poder que lhe é de direito. Como perceber isso? Cena rápida:

- Você esqueceu de me avisar o recado que deixaram na empresa?

Silêncio afirmativo.

- Como é que você esquece isso? Era algo extremamente importante!

Silêncio resignado. Olhar sincero.

- Eu sei, me desculpe.
- Desculpas? Você acha que isso vai fazer voltar algo?
- Não, não vai. Me desculpe.

Nesse momento, a pessoa desiste da discussão. É impossível discutir depois das desculpas. Não digo desculpas forçadas com o olhar fingido de tristeza para inflamar no outro o sentimento de pena. Isso não é pedir desculpa, porque não é sincero. Assim como não há "eu te amo" se não se ama. Felizmente, ainda se guarda essa palavra para os momentos certos. Ninguém usa essas palavras à toa. Não por consciência, mas por não querer se "rebaixar". Pedir perdão a alguém, hoje, é se rebaixar. Por isso, ela é usada, na maioria das vezes, no momentos certos.

Agora, explico-vos porque ela é tão importante quanto o amor. Quando você pede perdão alguém, está, sim, se rebaixando. Humilhando-se. Deixando-se vulnerável verdadeiramente. Tirando todas as barreiras, proteções e atitudes defensivas que costuma empregar. No momento que se diz "Desculpe", "Me perdoe", a pessoa está dizendo EXATAMENTE isso:

- Eu errei, sim. Me desculpe. Estou me rebaixando para que você não guarde rancor de mim ou me deixe de lado por causa de uma besteira. Estou me humilhando para que continues a me amar, porque você É IMPORTANTE PARA MIM.

Quando se pede perdão, estamos provando à outra pessoa que a amamos. Estamos pensando exclusivamente naquela pessoa que machucamos. Talvez não se tenha a noção da relevância do perdão, mas é através de pedir a alguém ou perdoar alguém que demonstramos o nosso amor. Isso é algo ruim? Acredito que não. Deixar o orgulho de lado por um momento é admitir que as outras pessoas são tão importantes para nós quanto a nossa própria vida.

Por isso, quando pedido sinceramente, essas palavras calam, silenciam o coração da outra pessoa. Quando alguém faz algo de errado conosco, imaginamos uma discussão, pensamos em todos os argumentos, imaginamos a réplica e vamos raciocinando em todas as variáveis para conseguir, ao final das contas, que a outra pessoa admita o erro. Porém, no momento que a outra pessoa, sem discussão alguma, simplesmente nos olha nos olhos, admite o erro e pede perdão, ficamos sem ação, pois fizemos uma imagem completamente errada dela em nossa mente, enchemo-nos de raiva, para, ao final das contas, ela se humilhar diante de nós. O pedido de perdão silencia. Convence. Toca.

Saibamos a hora certa de nos rebaixarmos e admitir o erro. Perdão é essencial em qualquer relacionamento.


Feliz Natal, amiguinhos!

Deus os abençoe e, lembrem-se, Natal é o nascimento de Papai do Céu, não de Papai Noel.

=)


Thiago Luiz

5 comentários:

Thiago Mariz disse...

o desleixo do texto reflete como ele foi escrito.

Suzane Borba disse...

Concordo com cada vírgula que foi colocada. O perdão tem o poder de desarmar um coração encolerizado ;)

Beijos Tito!

Vanessa disse...

Esse texto foi praticamente direcionado a mim *emoticon viciante*. Tá, não. Mas... eu senti a facada.
Eu não acho que pedir desculpas é difícil. Certo, tem gente que é orgulhosa demais ao ponto de não querer "se humilhar", mas eu não acho que seja humilhação. Acho que mais difícil é perdoar. E só Deus sabe como isso tá sendo difícil pra mim essa semana. Na hora da raiva, mandei um depoimento tão furioso, mas tão furioso mesmo, pro meu amigo, que ia bater lá fundo. E, a não ser que ele realmente tivesse fingido o tempo todo quando estava ao meu lado, ia doer como doeu em mim.
Só que conversando contigo e com Ênia, consegui me acalmar. Fui lá e excluí o depoimento - só não sei se seria excluído do dele também, para que não desse tempo de ser visto. Ainda não tive tempo de conversar com calma, não sei o que vai acontecer. Eu sei que, independente do que ele disser, vou perdoá-lo, mas a confiança que eu tinha não vai mais existir.

E eu fiquei com dor de cabeça falando nisso u_u'

Desejo feliz natal quanto estiver mais próximo :3/

André Palhano disse...

Gostei da última frase! kkkkkkkk...

tem gente que só vai pensar nessas coisas no fim do ano. acho que isso deve ser trabalhado cotidianamente.

poucos fazem isso; você é um deles!

Abraço, amigo!

Guilherme Melo disse...

por isso q eu sou fã desse kra

o/

Deus abençoe meu irmão, e um ótimo natal!