Uns são mais iguais que os outros
Thiago Luiz
A revolução dos bichos é a obra-prima de um dos mais geniais escritores de língua inglesa: George Orwell. Esse escritor britânico era um dos poucos socialistas que criticava a própria ideologia e não apenas a admitia como verdade imutável. Acima de adepto de Karl Marx, Orwell era um democrata e pacifista. Era contra qualquer tipo de violência, independente dos fins que esse meio iria obter, pensamento esse que tinha desde jovem, quando viu seu pai ser espancado covarde e brutalmente pela própria polícia. Por conseqüência, era contra a maneira que o idealizador do socialismo/comunismo dizia que se obteria a revolução, indo, portanto, de encontro com o jeito que a revolução russa e todos os outros regimes socialistas conquistaram o poder no século XX, exceto o chileno.
A revolução dos bichos foi eleita pela revista Times como o melhor livro de língua inglesa do século passado. De maneira simples e completamente metafórica, ele se utiliza de uma metonímia facilmente assimilável partindo de um exemplo para o todo ao criticar toda a base de uma ideologia a partir do que ocorria na União Soviética. Como o próprio título diz, o enredo se desenvolve a partir da revolução que os animais fazem na fazenda em que viviam, pois se sentiam extremamente mal-tratados. Os porcos coordenam um movimento bem sucedido, que tiram os humanos, e donos, do local. Como em praticamente todas as revoluções, ocorrem bem feitorias a curto prazo e embriaguez pelo poder a longo prazo; e é o último que o livro nos propõe a contar.
De forma genial, ocorrem metáforas críticas ao longo de toda a história. Como exemplo, pode-se citar a divisão de poder em que os porcos são como os homens detentores do poder, os cães representam seus guardiões e as ovelhas os seguidores dos primeiros, exatamente como ocorreu na Rússia. Apresentam-se não só críticas ferrenhas ao regime totalitário como previsões do que aconteceria ao final dele. Pode-se perceber a experiência e sensibilidade política do autor em todo o roteiro. O ápice de sua manifestação anti-ditatorial é notada já ao final do livro em que se lê, na placa que contém as regras dos animais, “Todos são iguais, mas uns são mais iguais que os outros.”
Enfim, é uma ótima pedida para quem se interessa por história crítica e pensa que o socialismo não contém erros. É um livro que merece ser lido não só uma vez, mas várias, para que se possa retirar algo de novo e genial a cada nova leitura.
3 comentários:
Trabalho do ano passado, só pra movimentar um pouco, já que estou sem net xD
esse livro eu já li! =D
se eu não me engano, eu que recomendei a você a sua leitura e até o emprestei!
aquele socialismo eu não quero!
aah, você me falou desse trabalho! :D
tirou que nota, dez?
heuheuehuheuheue
esse livro é ótimo (sim, eu terminei! \o)
beeeeeeeeeeeeijo ;*
Postar um comentário