Curta prosa de um coração de 19 anos
Um dia, sonhei em amar e ser amado. Devaneios de uma mente juvenil. O amor se mostra mais complicado do que nossas mentes são capazes de apreender. Enquanto escrevo, uma nova pessoa enamora alguém. Enquanto escrevo, uma nova pessoa adentra o abismo sem fim da solidão inacabável de um sentimento unilateral.
Acabamos, devido às dores passadas, por esquematizar o amor numa equação de 1º grau. Não percebemos, contudo, que nele não há uma variável somente. Pior: inexistem constantes. E pasmem: nem sempre conseguimos encontrar uma igualdade nesse cálculo, mesmo que encontremos todas as infinitas variáveis. Por quê? Simplesmente porque entre tudo isso surge um novo leque infinito: as sorrateiras pequenas ocasiões da vida.
Um pedido não atendido que se transformou numa briga que pôs termo ao que se vivia. Uma viagem que o outro realizou só, conheceu um carinho que há muito não sentia, confundiu-se e errou. Após algum tempo, viu-se equivocado. Mas já era tarde demais...
A dor de outrem virou mágoa e rancor. Veio a resignação... Trazendo a solidão, que um dia foi apreciada por alguém que lhe deu carinho, e este fora confundido com genuíno amor. Um dia percebeu o erro... Já havia filhos, estabilidade. Não havia mocidade, espírito aventureiro.
Já era tarde demais... A vida mostrara sua complexidade em pequenos detalhes. A sabedoria daquela aprendizagem serviria apenas para alguém ouvir e iludir-se ao crer que, fugindo da realidade do mundo, a realidade do mundo foge a ele.
2 comentários:
adorei!
você mostrou-se um escritor versátil! até sua poesia é um capricho! ;D
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