Neruda...

Para o meu coração


Para o meu coração basta o teu peito, para tua liberdade as minhas asas.

Da minha boca chegará até o céu o que dormia sobre a sua alma.

És em ti a ilusão de cada dia.

Como o orvalho tu chegas às corolas.

Minas o horizonte com a tua ausência.

Eternamente em fuga como a onda.

Eu disse que no vento ias cantando os pinheiros e como os mastros.
Como ele tu és alta e taciturna.
E ficas logo triste, como uma viagem.
Acolhedora como um velho caminho.
Povoam-te ecos e vozes nostálgicas.

Eu acordei e às vezes emigram e fogem pássaros que dormiam na tua alma.

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