Análise...

Apenas algumas horas me separam da maioridade. Uma hora e trinta minutos, mais precisamente. O que dizer num aniversário? Dezoito anos...

Difícil dizer se bem vividos. Como se mede a qualidade do que se viveu? Número de lugares em que morou? Ah, então pense numa vida bem vivida até agora! E prestes a melhorar! Número de amigos? Que vida bosta! Quase não tenho amigos! Qualidades dos amigos? Ah, mas que 18 anos! Melhor só se fosse dois!

Viram como medir a qualidade da vida de alguém é difícil né? Mas vamos aos pontos positivos e negativos (claro que não vou enumerá-los um a um, até porque estou escrevendo à medida que lembro deles, contudo, alguns estarão aqui). Estava me inspirando e pensando (junto com Wonderful Tonight - Eric Clapton e Mark Knopfler, música tema do dia) que a maior falta, o maior erro, como queira chamar isso, foi não ter me deixado apaixonar tanto. Aquela vezinha machucou pra caramba e a minha incapacidade de lidar com o sofrimento me deixou completamente "behind my wall" por meses. Sei lá quanto tempo... É pior do que o orgulho. O orgulho com aquela força de vontade pode ser vencido. Eu mesmo já o venci (graças a Deus!). Mas isso que eu sentia, esse isolamento, essa proteção extra que sempre havia em tudo que eu me metia era horrível. É estar eternamente entorpecido. Tu não sentes absolutamente nada. Nem quando começa, nem o ápice da "paixão" (entre aspas porque não havia paixão, mas havia aquele desejo, ou algo assim), nem o declínio, nem o fim. NADA! É extremamente revoltante toda vez que algo começa, você pensa "Dessa vez é a vez" e nada acontece. Você parece um egoísta. É como se fosse leviano com os sentimentos das pessoas. Precisa dizer algo mais sobre o egoísmo? Pois é... Poderia ter amado mais. Erro a corrigir durante os próximos 18 anos da minha vida.

Algo que sinto que fiz certo é muitas vezes colocar as pessoas acima de mim mesmo. Claro que não sempre. Mas fazer isso de vez em quando te dá uma sensação de utilidade. É bom. Fiz amigos de menos, mas parece que tenho um bom faro para escolher. Emerson, André, Raissa, Suzane...

Engraçado que estou fazendo meio que o caminho inverso. Há algum tempo atrás queria morar no máximo de locais possíveis. Nem me recordo mais por que tinha essa idéia. Hoje não penso mais assim. Quero ficar. Não vou inventar desculpas que é porque o ensino é melhor, a cidade é melhor, bla bla bla... Eu simplesmente não quero perder meus amigos. Os meus sentimentos surgem agora com mais intensidade, justamente por causa da razão. Sei que nessa fase da vida você vai perdendo os amigos, distanciando, cada um seguindo seu rumo. Quando vim pra Natal (2002), era uma fase da vida em que não era muito difícil manter os amigos. Depois de cinco anos, tenho apenas um de lá. Imagine agora, em que tem faculdade, namoradas, trabalho, etc. E pra arranjar novos, dos níveis que eu tenho hoje, é bem improvável. Sem contar que algumas possibilidades se fecham. Quem lê isso provavelmente sabe que possibilidade é essa. Possibilidades pequenas virarão remotas... Isso é duro demais.

Voltando à pergunta: A vida foi bem vivida? Não sei, o que interessa é que estou satisfeito com o que ocorreu até agora. Para bem ou mal, tenho 18 anos (em 1 hora e 4 minutos), amigos, coração bate forte por alguém (isso é sempre bom), pais que amo e sou amado por, e amanhã uma feijoada com 22,5litros de coca-cola! Por hora basta. Agora, Papai do Céu, se posso fazer um pedido de agora logo, me aproxima mais de pessoas que são importantes de longe, tá? Obrigado pela atenção.

=)


Thiago Luiz

2 comentários:

Suzane Borba disse...

Como não me foi dado o dom de escrever coisas tocantes...

"Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o
ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. (...) A gente não faz amigos, reconhece-os." Vinícius de Moraes

E, só pra que não lhe reste dúvidas: te amo. ;D


Detalhe: primeiro comentário do teu blog o/

André Palhano disse...

No momento eu não estou inspirado pra retrucar seu texto, o sono me consome... Apenas agradeço ter-me citado e confesso ter ficado muito feliz por saber dos 22,5 L de Coca que teremos mais tarde!

É isso.

;D